sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Melgas do Telemarketing

São assim um bocado melgas. Uma pessoa até desconfia quando do outro lado está a ligar alguém para fazer telemarketing. Número privado! Irrita-me ligarem-me de números anónimos. E agora? Atendo? Não atendo? Penso que realmente pode ser algo importante e lá atendo a chamada… Pronto, mal se ouvem as primeiras palavrinhas, chega o Sr. arrependimento! Geralmente ou é de algum banco, ou de alguma operadora de telemóveis, ou da TV Cabo ou concorrentes! Um dos contactos mais melgas e persistentes que recebi até hoje foi de um banco, do qual por acaso sou cliente. Tinham-me enviado há uns dias uma carta para casa com um cartão que nunca pedi, com crédito previamente aprovado de um determinado valor, que também nunca solicitei. Digo que não estou interessada e a gaja do outro lado, começa “mas leu as vantagens?”, “é que não há custos de manutenção durante x tempo”. Eu acho que falo português. E volto a dizer que não estou interessada e do outro lado bla bla e bla bla. Posto isto, repito novamente o meu desinteresse pelo cartão. Respondi como se estivesse em plena sala de um tribunal, com a mãozinha em cima da Bíblia. A isto chama-se verdade, sinceridade, frontalidade, honestidade. Eu podia ter optado pela a mentira piedosa do “Ainda não li a vossa correspondência”, ou “Vou analisar e pensar. Contacte-me daqui a uns dias” ou outra minmamente razoável. Mas iria estar adiar o inadiável e ter que  sujeitar-me novamente a receber brevemente outro telefonema (anónimo, claro). Eu até me considero uma pessoa paciente, entendo que a senhora está a fazer o seu trabalho, mas já tinha manifestado a minha decisão umas tantas vezes, e chego a um ponto em que me sinto completamente incomodada e saturada com todo aquele assédio comercial. Há pessoas que pelos vistos não sabem (ou teimosamente não querem) lidar com a verdade. E o que fazer depois de já ter sido directa e sincera? Só dá vontade de dizer “Olhe, estou com pouca rede” ou “Olhe, estou a ficar sem bateria…” E num gesto aparentemente involuntário, o meu dedo polegar direito clicava no “desligar”. Pufff… Claro que do outro lado ela nunca iria pensar que lhe desliguei o telemóvel na cara. Afinal sou uma adulta civilizada e os adultos não fazem coisas destas! Não seria um comportamento bonito, pois não seria. Mas passa-me algumas vezes pela cabeça. Oh se passa!
Hoje recebi mais um contacto, desta vez da PT (com o intuito de captarem mais clientes da Meo). E a colecção deste tipo de contacto já tem quatro cromos repetidos. Foi o 4º contacto que recebi num curto espaço de tempo para o mesmo fim. Não sei por que cargas de água o meu contacto de telemóvel está associado ao nome da minha mãe. Já lhes expliquei isto num total de 4 vezes. Qu-a-tro. E mais, sugeri que a contactassem, via telefone fixe, já que é sua cliente da rede fixa. Não há pachorra! De tanto contacto, já tenho a conversa piloto automático na ponta da língua. Mas não existe o campo “Observações” no programa dos Call Centers?

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