sábado, 12 de setembro de 2009

Miss R* esmiúça: ela e a Política

Já era tempo de expressar no meu bloguezinho os sentimentos que nutro pela política, agora que já se deu o rentrée da política e das campanhas eleitorais. E isto depois de umas férias políticas que não devem ter dado muito descanso à classe. Do mal o menos, os portugueses estiveram de férias sabendo, de antemão que vem agora aí o verão hot, hot hot da política. Ora bem, faça sol ou faça chuva, decididamente, eu e a politica não nos entendemos. Não nos damos bem. Pronto, eu não percebo praticamente “rien de rien” sobre política e seus meandros. Qualquer pessoa numa paragem de autocarro sabe mais de política do que eu. É tão verdade que o termo “política” deriva do grego antigo “πολιτεία” (politeía), como eu percebo de grego e como para mim, política é grego. Mesmo. E talvez por isso não gosto de discutir política. Não aprecio, de todo. O que sei é que habitam por lá (muitos) corruptos e muitas são as vezes em que não consigo olhar mais de três minutos para eles sem começar a imaginar ver à minha frente Pinóquios. A Pinoquiolândia chamemos-lhe assim. É mais forte que eu. E também os lambe botas, aqueles que são a sua claque e anseiam por aparecer nas filmagens das televisões ou nas fotografias de outros meios de comunicação social (parece-me). Na falta de discursos mais assertivos, as campanhas de tentativa de assassínio ao carácter varrem-se-me pelos olhos, de tal forma que as diferenças pessoais se sobrepõem aos interesses nacionais. Os debates semanais da Assembleia da República a que assisti pela telinha mais recentemente são um claro exemplo disso. Discute-se mais sobre a dignidade do elenco presente do que as questões do país. Recorda-se mais do que se decide e resolve no presente e do que se projecta para o futuro. É o que tenho observado no tempo de antena. Circo? Tourada? Feira? Decidam vocês qual a melhor (eu não sou capaz). Mas que alguns senhores políticos eram um bom produto para as arrematações, ah lá isso eram. Não sei é se as ofertas iriam subir muito. No fundo, às vezes parece que quem sobressai é o actor que consegue atirar o piropo-paleio simultaneamente mais violento e com mais piada. É capaz de até pode ganhar mais votos. Será este o passo de defesa para camuflar a falta de ideias e de criatividade? Andamos nós no banco de trás a ser conduzidos por condutores que gerem (mal) o país? O que muda de x em x anos são os partidos condutores, mas Portugal pelos vistos continua na fileira de trás… Se a minha visão maioritariamente é esta deve ser mesmo porque não percebo nada de política, não deve? Temos pena. Ruim por ruim, voto em mim! Sim, eu sei e sou a primeira a reconhecer que deveria votar SEMPRE. Pronto, mau por mau, voto em branco. Ou voto num determinado partido, por tradição.

E o mais incrível nisto é que em tempos longínquos, tive um namorado que adorava política. No secundário já dava os primeiros passos de líder e subia os primeiros degraus do poder como Presidente da Associação de Estudantes da escola. Eu, por compaixão, lá fiquei responsável pela tesouraria, o que era algo que até não desgostava porque sempre tive queda para números, andava na área de economia e também era um cargo que não dava assim tanto trabalho, já que o dinheiro para gerir não era lá muito abundante. E podia pensar que este seu período tinha sido apenas uma fase passageira, que era um adolescente inconsequente, “sindicalista”, que não sabia muito bem o que fazia, mas afinal não. Nos tempos seguintes esse gosto pela política intensificou-se e, apesar de eu manifestar que não morria de amores por esta ciência, nem tão pouco apreciava discuti-la, ele nada fazia por omitir esse facto. E falava, falava e falava sobre política com grande entusiasmo e até alguma emoção, como quem fala de um filho. Eu acenava inteligentemente com a cabeça, desejava nestas ocasiões não ter ouvidos de tísico, e lá ouvia, ouvia e ouvia, mas para ser francamente honesta entrava-me por um ouvido e saía automaticamente pelo outro, a 100 Km/hora. Realmente, por amor uma pessoa é capaz de perder tempo a ouvir coisas que não gosta…
E o pior – o pior mesmo - é que tenho actualmente 3 amigos que postam diariamente montanhas no facebook sobre a política e os seus episódios. Ou melhor, sobre a “brigada do marisco” (vejam só como trato bem esta classe). Um é adepto de Cavacos; os outros dois são SÓ-CRAcas. E ando a receber convites para participar em eventos políticos aqui, ali e acolá. Seca!
Estou à espera que as garras afiadas dos Gato Fedorento me surpreendam com o "esmiuçar" do que se passa na campanha eleitoral.

2 baloiçaram:

Anónimo disse...

Ja nem me lembrava que tinhas tido um namorado politico. Mas olha que ele nao chegou tao longe como devia/podia...nos partidos as facadas nas costas sao tao comuns como dar um espirro.
Espero nao ser um dos 2 So-cracas de que falas... :)
Nao percas hoje o debate com os 2 lideres que podem ser PM e se votares (que nao acredito que o faças), vota no menos mau que é o que eu faço sempre...
Bjsssss

D

Anónimo disse...

Bem adoro a forma como escreves...

Tânia*

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