terça-feira, 10 de novembro de 2009

Vão por mim: nem tudo o que parece é

Não é tão bonito, tão fofinho, tão cor-de-rosa lermos um artigo num jornal conceituadíssimo da nossa praça que uma determinada empresa (também muito afamada) é a coisa mai linda para com os seus colaboradores? Quem é que não gostava de trabalhar numa empresa que se vangloria por proporcionar progressão da carreira, formação contínua, flexibilidade de horário e licenças para se frequentar um curso? O problema é que nem todos estes chavões efectivamente se verificam na prática. Ora bem, essa empresa que me refiro nada mais é do que a empresa na qual trabalhei anteriormente, durante 5 anos e qualquer coisinha. Lamento ser a portadora de más notícias, mas eu sou a prova viva de que, nesta empresa, atribuir licenças para se frequentar um curso que há muito se queria tirar, não corresponde à verdade. Eu juro! Pedi licença para tirar uma Pós-Graduação numa terra longínqua, por não existir nem umazinha que fosse na minha área na terra onde trabalhava. E qual foi a resposta que obtive? Qual foi? Pedido recusado!!! Logo, redigi e apresentei uma cartinha de demissão e bye bye Maria Ivone. Não foi fácil tomar esta decisão, que não foi. Mas teve que ser.

Qual o meu espanto ao constatar que a empresa recentemente foi para as folhinhos do jornal toda pi-ti-ti e pa-ta-ta-ta e com a maior das latas hasteia a bandeira das licenças para cursos e a faz abanar ao vento, orgulhosamente. Sim, sim... licenças para cursos, claro que sim. Este artigo, chocante como imaginam, desperta em mim o desejo de elaborar planos maquiavélicos para que a verdade dura e crua venha ao de cima. Tal como ir para a comunicação social “desabafar” um bocadinho, contar a minha triste história, fazer beicinho e chorar um bocadinho. Enfim, já estou a imaginar tornar-me famosa e ser capa dos principais jornais e revistas, sem deixar de aparecer nos telejornais. E propostas de emprego? Iriam chover aos milhares. Outra hipótese, mais escandalosa, seria amarrar o senhor responsável dos RH a uma cadeira e obrigá-lo a responder-me olhos-nos-olhos (e obviamente na presença da comunicação social): “afinal a empresa dá ou não licenças para se tirar cursos?”. Garanto que ao responder “sim, dá” iríamos ver algo a crescer a olhos vistos. O seu nariz. Senhores fotógrafos, eram fotos. Eram fotos!

Pronto, mas como eu até sou uma gaja porrerinha e calminha (tem dias) optei por enviar um e-mail tipo reminder, educado, pequenino, mas assertivo ao ex-colega, o senhor dos RH. Não consigo ficar caladinha e fingir que não li o artigo, que querem?

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