domingo, 2 de agosto de 2009

Mistério Feminino: quando uma gaja vai ao WC vai logo mais uma (duas, três, ... ou mais!)

Um dos maiores mistérios (para alguns o maior) com que os gajos se deparam constantemente em relação às maravilhosas gajas que somos é aquela cena de irmos ao WC aos pares, trios, quartetos,... enfim, em excursão. Por outras palavras, designo-o por plural majestático no Water Closet.
“Se és humano do género feminino, jamais te dirigirás para um qualquer lavabo público, sem te fazeres acompanhar por uma ou mais fêmeas da tua raça” é uma espécie de regra social feminina ancestral.
Os porquês? (a bold). A cena é mais ou menos assim:
Tou aflitinha. Tenho de ir à casinha. Alguém quer vir?”
Se uma outra gaja (ou outras gajas) também tem esta necessidade, oferece-se prontamente. Necessidade fisiologia total!
Ou “Vais? Então aproveito e também vou” (pensa: mesmo que não tenha muita vontade, descarrego qualquer coisa da bexiga). Necessidade fisiológica parcial.
Ou também pode ocorrer o caso de nenhuma da nossa espécie precise de ir, mas decida nos acompanhar por variados motivos (que também podem ser complementares às razões já referidas, mas que por si só podem ser motivos para ir ao WC com uma gaja, mesmo que não haja qualquer tipo de necessidade fisiológica).
Mais motivos. Um deles é “Consultar o Espelho” e consequentemente burilar a maquilhagem, dar um jeito ao cabelo, arrumar a indumentária, etc.
Aconselhamento & Ajuda: ouvir opiniões “mas gostas mesmo do meu vestido?”, “ajudas-me a endireitar o soutien cá atrás?”, “hoje escolhi estar cor para pintar as unhas. É linda, não é?”.
Empréstimo temporário de coisinhas no feminino, como por exemplo “tens aí o teu rímel?”.
Confessionário & Aconselhamento Amoroso sobre tudo e mais alguma coisa que possam imaginar que envolva gajo(s).
Fofoquices também podem existir (e NÃO significa que seja para falar mal de alguém!).
Gajas cultas como somos temos um rol de temas para conversar, desde gajos, malas, bijuteria, saldos, dietas, guarda-fato, até outros como a crise e o vírus H1N1, por exemplo. Ainda no motivo conversar, incluem-se tantos outros assuntos que simplesmente devem ser discutidos de forma privada e segura e a casa-de-banho pode realmente ser o local mais indicado naquele momento.
Visita visual técnica com algum interesse (gajos) no trajecto (e eventualmente desenvolvimento de outros sentidos do ser humano).
Simples curiosidade para conhecer o WC, ou só porque apetece, ou por solidariedade feminina, ou só porque faz parte da tradição, ou ainda apenas por amizade (amiga que é amiga está sempre presente, até nestes menos agradáveis).
Por simplificação da escrita, vou continuar a tentar desvendar este mistério, partindo do pressuposto que se trata de um par de gajas que vão juntas à casa-de-banho. Aliás, parece-me que o mais comum é irmos aos pares (e não em excursão).
Garantida a companhia começa a descolagem. O trajecto. Aqui está um mais um motivo: Segurança! Corredores com gajos podem ser sinónimo de intimidação. Logo, se estamos acompanhadas, sentimo-nos mais seguras.
Outro: distância até ao WC. Sendo longe é mais agradável ir acompanhada do que sozinha.
As famosas e habituais filas de espera das casas-de-banho públicas femininas constituem outra razão! Ora lá está, são uma seca! Por isso, enquanto estamos a ganhar varizes e ser vítimas da poluição visual e sobretudo olfactiva, se estamos acompanhadas, o tempo de espera é mais agradável, parece que passa mais depressa e podemos aproveitar para conversar mais à vontade. Além disso, enquanto estamos na fila, podemos tirar fotografias (por mim falo. Manias!).
Trincos da porta são outro fundamento! Muitas vezes estão avariados, logo dá jeito ter uma gaja a segurar a porta enquanto a outra faz as suas necessidades. E vice-versa (não fosse algum Don Juan aparecer).
Cabides no interior do cubículo: idem aspas. Uma boa dose de vezes não há, ou se existem estão danificados. Assim, uma segura os casacos e malas enquanto a outra faz as suas necessidades. E vice-versa.
Papel higiénico também tem direito a ser um motivo! É muitíssimo provável que não haja. Logo, “tens aí um lenço? Boa, dá-me um”. Ou então, se já estás no cubículo “passa-me aí um por debaixo da porta”. Também pode ocorrer o milagre de uma cela ter papel higiénico e na qual tu entraste não ter. Então, enquanto uma faz as suas necessidades, fica à espera que a sua WC friend o procure noutras celas que entretanto vagam. Outra hipótese possível de acontecer é a de estares tu num cubículo e a amiga noutro ao lado, e neste caso comunicam-nos entre paredes. Havendo o belo do papel num deles, uma passa ou atira uma amostra do rolo à companheira, seja por baixo ou por cima.
Assim, estamos mais concentradas em manter a posição honrosa, aquela que desde cedo a nossa mãe nos ensinou, que consiste em nos inclinarmos sobre a loiça sanitária como se estivéssemos sentadas, mas em estado aéreo, sem que o nosso corpo tenha qualquer contacto com o tampo ranhoso. Meus queridos gajos, como devem facilmente compreender trata-se de um exercício que exige muito equilíbrio e habilidade, com direito a algum tremelique de pernas (sobretudo se a bexiga está mesmo muito cheia), com recurso a “paredes e portas ajudem-me a me segurar" em prol da manutenção da posição honrosa (e horrorosa) com paisagem deslumbrante para o pavimento do WC, geralmente em estado “ca-nojoooo“ e, obviamente, para a sanita nesse mesmo estado “ca-nojoooo”. Cuequinhas querem-se bem elásticas! E pronto, para terminar: maior concentração de foro ginástico!
Entre outros motivos da azáfama WC no feminino, lembrei-me destes…

Entendi que este post merecia um refresh da sinalética do WC feminino. Ora, compus esta:


Minimamente esclarecidos agora? Mistério desvendado, ou nem por isso…?!
Mesmo assim, parece-me que vocês, gajos, nunca vão conseguir entender a essência da coisa...

Aproveito para agradecer a todas as WC friends que ao longo destes anos me têm feito companhia.

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