quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Ondas

Não falemos mais hoje sobre notas, está bem? Adiante. Ondas. Um tema bem mais interessante. Gajas do mundo: venham já a S. Miguel. A sério. Vale a pena. A ilha é mesmo muito bonita, as paisagens são fantásticas, podem ver muitas vaquinhas, comer um cozido nas Furnas, ir de barco ao Ilhéu (entre muitas outras coisas), o Verão finalmente parece que aterrou aqui e...e...e até Domingo há gajos giros e cheios de pinta na praia do Monte Verde, na Ribeira Grande. Portanto, despachem-se! É que está a decorrer a nessa praia a prova de surf Azores Islands Pró, inserida no Circuito Mundial de Surf, onde estão a partilhar ondas alguns dos melhores surfistas mundiais. Imperdível. Este evento tem a classificação de quantas estrelas? 4? Não. 5? Não. 6 estrelas? Sim! O grau máximo! Querem coisa melhor? Ai não estão em S. Miguel? Apanhem um avião. Pois, eu sei que o preço das passagens aéreas não é lá muito baratinho, mas a Sata é patrocinadora do evento e pode ser que nesta altura do campeonato ainda se desenrasque qualquer coisinha...


Sabe bem jubilar as vistas e ver aqueles surfistas jeitosos, seja em cima das pranchas a deslizarem sobre as ondas do mar, ou mesmo a desfilarem no areal de braço dado com a prancha. No momento em que estão no mar deitadinhos à espera das ondas, a inveja da prancha pode ser tanta que muita gaja desejaria estar no seu lugar. O que me parece bem visível é que grande parte dos surfistas nutre um certo apego, carinho ou amor pelas suas pranchas. São as suas meninas dos olhos de ouro. Veneram a sua prancha, tratam-na como se fosse o seu corpo, lavando-a, retirando todas as impurezas, curando as feridas, renovando a maquilhagem com wax, protegendo-a de factores externos que a possam magoar, de tal modo que a prancha está sempre um mimo. Só falta mesmo porem-na ao lado na cama para dormir com ela, como se de uma namorada se tratasse.
Um aparte. Começo a imaginar que seria verdadeiramente amazing se todos os gajos deste mundo nutrissem este sentimento querido pelo surf e tivessem esta adoração de bradar aos céus pelas tábuas de passar a ferro, como a têm pelas pranchas de surf. Ai se as tábuas tivessem aquelas formas, aquele design, ELES provavelmente renderiam-se à tarefa doméstica de engomar roupa, em exclusivo. O gajo pensaria: “Surf. Ai hoje não há ondas no mar? Não faz mal. Vou mas é surfar roupinha. Essa há de certeza e às montanhas. Então, descarrego a adrenalina em casa com a prancha de passar a ferro”. ELE diria a ELA: “Estás terminantemente proibida de tocar na tábua. Quem passa aqui a ferro sou eu. Só eu! Vai lá comprar mais trapinhos enquanto eu fico no lar a engomar”. A gaja respondia “Está bem, eu não discuto. Que seja como queiras...”. O lema DELES seria: Surfar na roupa pode ser excitante ou relaxante, rápido ou lento, selvagem ou controlado, competitivo ou sereno…o que interessa é o desafio, a satisfação, a adrenalina, o desporto e o cumprir a tarefa bem engomadinha. Mas por que é que ainda nenhuma empresa desenvolveu pranchas de passar a ferro? Parece-me que temos aqui um nicho de mercado com elevado potencial. Oh se temos. As empresas andam a dormir ou quê? Ou já alguma o fez e ando eu a dormir?
Fim do aparte. Vê-los surfar é bonito, mas particularmente ontem dava jeito ter uns binóculos para ver o espectáculo com mais precisão, já que o mar estava com carneirinhos e a espuma tapava assim um bocadinho à plateia o trajecto dos surfistas.

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