domingo, 9 de agosto de 2009

Traição amorosa e Reacção


Hoje é Domingo e é dia de ir à missa. O sermão de hoje é: Traição amorosa e Reacção.
Ora bem, não obstante outras inúmeras e inesgotáveis causas para se quebrar o fio de uma relação, eis que a traição é uma delas. Ninguém gosta de decorar e ostentar um enfeite típico na "árvore" do seu corpo, pois não?
Lá está aquele episódio típico da gaja de dar tudo e mais alguma coisa pelo sucesso da relação e vem-se a saber o "príncipe" lá foi conseguindo (com muito engenho, suponho) enrolar a princesa e omitir o singelo pormenor da existência de uma “outra”. Sobre vários episódios desta relação, surgiram opiniões de algumas amigas, que achavam que o sapo tinha comportamentos estranhos (e não significava exactamente que havia traição no meio; havia outras hipóteses). Ela ouviu-as, mas não quis escutar. Preferiu não duvidar de qualquer conduta e defendeu o anfíbio com “unhas e dentes” até ao dia em que o sapo “vai ao confessionário”…
Quando a traição é comunicada pelo próprio protagonista, a reacção é quase tão má como quando a princesa a descobre por outras vias. De forma inesperada, o príncipe, que automaticamente virou sapo,
decide confessar os seus passados e presentes pecados, já com quilómetros mensais de atraso! Fora de jogo! Cartão vermelho! Assolapado talvez por um repentino, mas presumível mísero peso na consciência, ou pelos seus tomates serem do tipo “cherry” (aqueles bem pequeninos, mas que de queridos nada têm, os quais eu categorizo de Tomates do tipo B). Ou pensando melhor, o mais exacto é classificá-los numa categoria mais abaixo, a laia C, em que os supostos tomates são umas autênticas ervilhinhas. Lembram-se daquela canção da Mónica Sintra “Afinal havia outra?”. É o som ambiente mais apropriado para ouvir neste estádio, com início da marcação do penalty! Nada de ouvir o José Cid “Na cabana junto à praia”, nem outras músicas mais indicadas para treinar a “fazer meninos”. Qual é a gaja que compreende os diálogos imediatamente antecedentes, do tipo “I just call do say I love you”, do feliz conto de fadas e depois é notificada com facadinhas pelas costas? Remate para ataque de falta de tomates fora do prazo!
Sabem como se sente uma gaja nestas situações: uma O-TÁ-RI-A! Não só pelo veredicto final, mas sobretudo por sentir que viveu praticamente um ano de farsa, repleta de mentiras e omissões, com direito ao estatuto alcançado de chifruda.
É quase escusado fazer um raio-X aos efeitos de uma completa desilusão de uma gaja. Mesmo que o “The End” de uma relação amorosa, surja devido a outros motivos que não a traição, como por exemplo porque o gajo simplesmente já não retribui o sentimento, paira a angústia, a dor indescritível, a tristeza profunda, a falta de apetite (o que às vezes revela ser uma vantagem, caso a gaja deseje que a balança acuse menos peso), o choro “baba e ranho”, o débito compulsivo de lágrimas num qualquer fiel depositário (um amigo, uma amiga, um familiar, uma almofada, um sofá…). Sente que nos primeiros tempinhos, o seu quarto é uma autentica assoalhada do esgoto, dorme com um rolo de papel higiénico ao lado, anda com toneladas de lenços de papel dentro da mala, vai à praia e avista um mar de decepção. De vez em quando tem vontade de atracar o seu barco em cada tasca que lhe aparecer à frente e emborcar meia dúzia de copos de vinho, com a esperança que por míseros minutos consiga fazer esquecer o seu drama, e lá está, apagar o personagem da cabeça e do coração. Os seus pensamentos martelados e mais que martelados são invadidos pelos “se’s”, que não demoram muito tempo a chegar. O ideal seria poder hibernar durante algum tempo e acordar num belo dia de sol, com amnésia do protagonista da relação. Com regularidade é requerida uma operação plástica facial do “Está tudo bem” perante terceiros, com um sorriso forçado. Mas caramba, não está tudo bem!
Se já é difícil enfrentar uma rejeição por si só, imagina-se os resultados com traição à mistura. Confrontada com a realidade, à qual não consegue fugir, surgem outros episódios dignos de registo: discussões, ofensas e partir ou rasgar de objectos. É hora de questionar todos e quaisquer comportamentos mais estranhos do patife e decifrar o seu trajecto num labirinto. Deseja ter em casa um saco de boxe para despejar toda a raiva que lhe vai no coração e na alma, e fortalecer o músculo "do adeus”. A Sra. vingança também não tarda muito em aparecer para “animar ainda mais a festa”. Cuidado porque a fúria pode cegá-la! O ideal seria encontrar na loja dos chineses algum instrumento de tortura do tempo das cavernas para torcer de forma vagarosa e agonizante a plantação das ervilhinhas do profeta da desgraça e escarrolar lentamente aquela que é umas das zonas mais erógenas do corpo masculino, mas também uma das mais frágeis: o escroto! Por instantes de maior furor arrepende-se de não ter posto umas gotinhas de algum tipo de ácido potente numa sua bebida, daqueles capazes de assustar e provocar um fanico. Mas nos períodos de maior lucidez reflecte e admite que não seria nada boa ideia correr o risco de perder tempo e dinheiro com advogados, sujeitar-se a ser a réu num julgamento no Tribunal, e habilitar-se a residir durante algum tempo da sua vida numa cela, por causa de uma criaturazinha pequenina. Chicote e algemas também seriam uma combinação perfeita para o massacre. Chicotadas intercaladas com a inspiração profunda de um saco cheio de bolas de naftalina! E que tal trancar o sapo um dia inteiro numa qualquer cave com ar condicionado posicionado na temperatura máxima (tipo sauna), devidamente amarrado a uma cadeira e com uma metralhadora de bufas na venta? A pura da densidade de misturas gasosas a altas temperaturas, em pleno esplendor. O objectivo seria provocar sensações verdadeiramente aflitivas que envolvessem e apurassem os cinco sentidos do marmelo, tudo para ele sentir o que é realmente a gravidade do acto dos deslizes!
Claro que não foi golo!
Vai demorar o seu tempo, mas concerteza sairá deste momento horripilante uma gaja mais forte e mais atenta. Experiências como esta também são lições de vida e de crescimento pessoal.
Este post é inspirado num leque de "histórias semelhantes" e particularmente adaptado de uma "história" de uma amiga, a quem dedico estas linhas.

Um texto comprido, que mais parece um Testamento e não é à toa: é o falecimento de uma relação amorosa.
E só para terminar, o amor é uma vacina que não imuniza a todos contra o vírus da infidelidade, infelizmente… o ideal é cada um cuidar de si próprio e ter um pára-quedas sempre à mão!


Que raça de anfíbios mais mal amanhada!


Gajos: podem trocar o sexo das personagens, que apesar de ser menos comum, também há casos em que são vocês as vítimas de um ataque de mamas fora do prazo!

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