terça-feira, 28 de julho de 2009

Mas porque é que chorar há-de ser considerado sinal de fraqueza ou de vergonha? Chorar faz bem! Pelos menos, a mim faz! Acalenta-me a alma e desata-me aquele "nó" interno. Choro por todos os motivos ou nenhum. Choro uma dor, uma angústia, um susto, um medo, um pesadelo, um desespero, um arrependimento, uma frustração. Choro a perda de alguém ou de algo. Choro de tanto gargalhar. Choro ao assistir a alguns filmes. Choro de saudades. Choro quando recordo os inesperados gestos sensíveis e as carinhosas palavras de uma criança (a minha afilhada). Choro ao ler alguns livros. Choro por amor. Choro por paixão. Choro de alegria. Choro no casamento de alguém que me é muito especial. Choro pelas perguntas, choro pelas duvidas e depois choro pelas respostas. Choro por querer ou por não querer. Choro por tudo, ou por nada.
Há quem diga que os olhos são as janelas da alma. E a lágrima é a expressão da alma que sente e de repente não se pode conter quando aflora a emoção e escapa pelos olhos a sua ternura morna que vai descendo suavemente pelo rosto.... Este líquido salino é para mim uma nobre e transparente forma de demonstrar um sentimento. Lágrimas são o fluir da essência. Não importa o momento nem o motivo, interessa sim o exercício do sentimento que se exterioriza.
Chorar lava-me os olhos, molha-me a cara, lava-me a alma. Chorar exterioriza os meus sentimentos. Chorar é uma emoção. Chorar é uma terapia. E a sensação depois de uma boa sessão é algo renovante.
Um sorriso e um riso podem ser forçados, um olhar pode ser passageiro, mas uma lágrima por mais pequena que seja, tenderá a ser (sempre) verdadeira. E talvez por ser demasiado preciosa e exprimir os mais variados sentimentos, a lágrima não tem cor.
Sinto-me abençoada por ter a mesma facilidade em rir do que em chorar. Rio-me muito, mas mesmo muito, adoro dar umas boas gargalhadas (tenho a quem sair)! Muito, muito mais do que choro. Mas também choro. E para mim chorar é tão normal como rir. Nasci com os canais lacrimejantes entupidos. Fui operada com poucos dias de vida. E pelos vistos a operação foi cirurgicamente abençoada porque sou desde então uma autêntica chorona, seja por boas ou menos boas razões.
E para mim, chorar é despir-me emocionalmente. É o passo sedutor mais transparante do meu striptease emocional.

Adenda: não precisam de me ligar a perguntar se está tudo bem, como alguém já o fez. O post foi apenas uma simples abordagem à questão.

2 baloiçaram:

Anónimo disse...

Quando era puto era mesmo um bebé chorão. Passados 20 anos não me saem lágrimas...apenas aquele nó e sensação horrível de angústia!
O choro deve ter um efeito descompressor nas nossas emoções, mas acredita minha querida Tontinha, há quem simplesmente não consiga chorar - nem se trata de ter vergonha! Não consegue mesmo!
Bjs
até daqui a 10 horas - BE READY!
Eu

Tontinha disse...

Eu não sei o que é isso de não conseguir chorar, porque pra mim às vezes o nó não se desfaz no imediato, mas é questão de dar um tempinho e lá saem as lágrimas. Um alívio... Experimenta descascar e picar cebolas!

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